terça-feira, 25 de junho de 2013

TEORIA TRIÁDICA DE INTELIGÊNCIA

Preocupado com as questões mais gerais sobre o comportamento inteligente, o renomado pesquisador da Universidade de Yale, Robert Sternberg (1996) desenvolveu a Teoria Triádica da Inteligência. Segundo este pesquisador, os testes de QI não são válidos para medir o tipo de inteligência exigida para o sucesso no mundo real, como por exemplo, para a carreira profissional de uma pessoa. Para Sternberg, o comportamento inteligente é muito amplo, não sendo passível de ser medido da forma tradicional. Ele argumenta que a pessoa pode ser inteligente de três formas: pelo uso de uma inteligência analítica; ou pelo uso de uma inteligência criativa; ou ainda pelo uso de uma inteligência prática. Vamos considerar cada uma dessas inteligências em relação à criança em seu percurso de desenvolvimento.
A criança que se destaca por sua inteligência analítica é aquela que, em geral, o professor gosta de ter em sala de aula: academicamente brilhante, tira boas notas nos testes, aprende com facilidade e com pouca repetição, tem facilidade em analisar as ideias, pensamentos e teorias. Gosta de livros e muitas vezes aprende a ler sozinha ou com pouca instrução. A escola tradicionalmente reforça as habilidades analíticas de seus alunos, ao acentuar a memorização e reprodução dos conhecimentos, muitas vezes em detrimento da aplicação e do ensino de técnicas para o desenvolvimento do pensamento criador. Assim é que a pessoa essencialmente analítica muitas vezes carece de idéias novas e originais e pode ter dificuldade em um ambiente que exija respostas diferentes e incomuns.
Já a criança que se destaca por suas habilidades de pensamento criativo apresenta, em geral, talentos e dificuldades opostos. A pessoa com inteligência criativa nem sempre tem as melhores notas e nem sempre se destaca na escola por suas habilidades acadêmicas. No entanto, demonstra grande imaginação e habilidade em gerar ideias interessantes e criatividade na forma de escrever ou falar e de demonstrar suas aptidões e competências. Essa criança tende a ter independência de pensamento e de ideias, a ver humor em situações que nem sempre os outros percebem como tal e são muitas vezes consideradas o “palhaço da turma”, 
A terceira forma de ser inteligente, conforme Sternberg, leva em consideração a facilidade da criança em se adaptar ao ambiente e desempenhar atividades que são adequadas para o desenvolvimento de uma tarefa. A criança demonstra inteligência prática e senso-comum, sendo capaz de chegar a qualquer ambiente, fazer um levantamento do que é necessário para atingir algum objetivo prático, e executar sua tarefa com precisão. 
À medida que ganha experiência de vida, a pessoa prática demonstra esta inteligência com mais intensidade, o que a permite lidar com as pessoas e conseguir que um determinado trabalho seja executado, percebendo o que funciona e o que não funciona. É a inteligência prática ou conhecimento tácito que, no contexto de vida prática, é responsável pela melhor adaptação da pessoa ao ambiente e para o sucesso no mundo real, principalmente no desempenho profissional. 
Tomemos o exemplo de um professor. É desejável que, para o sucesso de sua profissão, o professor tenha bem memorizado os conhecimentos relacionados à disciplina que ensina; é também desejável que aplique técnicas instrucionais com criatividade e imaginação; além disso, a forma com que utiliza o currículo deve ser adaptada ao contexto da sua sala de aula, às necessidades individuais de seus alunos e às demandas sociais da sua população estudantil.
Conclui Sternberg que os tradicionais testes de inteligência poderão ser bons preditores de sucesso do aluno na sua vida acadêmica, mas terão pouco impacto na predição do sucesso na vida prática e no ambiente de trabalho, que exigirão outras formas de inteligência não abarcadas pelos testes. Para serem justos para com a inteligência a ser medida, há necessidade do uso de outros tipos de testes, que não só os de lápis-e-papel, e que sejam mais amplos e flexíveis.

Fonte: 
VIRGOLIN, Angela. Altas Habilidades/Superdotação: Encorajando Potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de educação Especial, 2007.

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sábado, 15 de junho de 2013

CÓRTEX CINGULADO ANTERIOR PREGENUAL


Que vergonha!
Uma das emoções mais poderosas que se é capaz de sentir é também uma das manifestações humanas menos estudadas: só recentemente a ciência começou a entender por que tanta gente "morre de vergonha". Uma pesquisa apresentada num encontro da Academia Norte-americana de Neurologia localizou a região do cérebro responsável pelo sentimento de vergonha: "córtex cingulado anterior pregenual".

Os participantes do estudo foram filmados cantando e depois tiveram de assistir ao vídeo. O nível de vergonha que eles sentiam era medido pelas expressões faciais e por fatores fisiológicos, como o suor e os batimentos cardíacos. Em seguida, foram submetidos a exames de ressonância magnética para fazer o mapeamento do cérebro.

A importância médica da descoberta está no fato de que a região se atrofia no caso de doenças neurodegenerativas – grupo de doenças que inclui, entre outros, os males de Parkinson e Alzheimer. "Essa região do cérebro previu o comportamento”, afirmou Virgina Sturm, professora da Universidade da Califórnia em São Francisco, autora do estudo. "Quanto menor for a região, menos vergonha a pessoa sente", explicou.

Saber que as pessoas perdem a capacidade de sentir vergonha e qual parte do cérebro comanda essa capacidade pode sugerir modos de diagnosticar mais cedo certas doenças neurodegenerativas.

"Não é que eles não tenham nenhuma reação emotiva, mas pacientes com perda nessa região do cérebro parecem perder mais emoções sociais complexas", esclareceu Sturm.

Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/index.php ehttp://super.abril.com.br/cotidiano/vergonha-438809.shtml

quarta-feira, 12 de junho de 2013

SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA

De acordo com a Lei nº 11.259/2005 conhecida como “Lei de Busca Imediata” não é necessário esperar 24h para registrar Boletim de Ocorrência por desaparecimento. Em fevereiro de 2010 a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Justiça e com o apoio da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidas, desenvolveram o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidas. O Cadastro consiste em um banco de dados alimentado com informações sobre crianças e adolescentes desaparecidos, incluindo as pessoais, como também as informações relativas à identificação civil e à imagem. O objetivo é resguardar os direitos humanos de crianças e adolescentes visando ampliar um esforço coletivo para a busca e localização dos desaparecidos. Para cadastrar um desaparecido acesse:www.desaparecidos.gov.br
                                                       
















TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA


Segundo Dr. Gustavo Teixeira, Médico psiquiatra da infância e adolescência, a identificação precoce dos transtornos do espectro autista, em bebês e crianças pequenas é fundamental para o rápido início do tratamento. O déficit no comportamento social é uma característica marcante do autismo e devemos procurá-lo em bebês. Nesses casos, os pequenos tendem a evitar contato visual e mostram-se pouco interessadas na voz humana. Não assumem a postura antecipatória, como colocando seus braços à frente para serem levantados pelos pais, são indiferentes ao afeto e não demonstram expressão facial ao serem acariciados. Outra característica observada em alguns bebês e crianças pequenas com transtorno do espectro autista é que eles podem iniciar normalmente o desenvolvimento de habilidades sociais, entretanto, de repente ocorre uma interrupção dessa evolução e a criança começa a regredir em seu desenvolvimento. Por exemplo: a criança com dois anos de idade que para de falar, para de mandar tchau e para de brincar socialmente, como nos jogos do tipo pega-pega. Quando crianças, não seguem seus pais pela casa e não demonstram ansiedade de separação dos mesmos. Não se interessam em brincar com familiares ou com outras crianças e não há interesse por jogos e atividades de grupo. Suas ações podem se limitar a atos repetitivos e estereotipados, como cheirar e lamber objetos ou bater palmas e mover a cabeça e tronco para frente e para trás. O interesse por brinquedos pode ser peculiar, a criança pode se interessar pelo movimento circular da roda de um carrinho ou pelo barulho executado por ele, por exemplo. Essas alterações estão relacionadas com respostas não usuais a experiências sensoriais diferentes vivenciadas pela criança. Pode ocorrer fascinação por luzes, sons e movimentos que o desperte para um interesse muito grande, por exemplo, pelo ventilador de teto ou por uma batedeira elétrica. A textura, cheiro, gosto, forma ou cor de um objeto pode também desencadear interesse peculiar na criança. O paciente autista pode se sentir incomodado por pequenas mudanças em sua rotina diária, resultando muitas vezes em violentos ataques de raiva. Também é observado que quase a totalidade de crianças autistas resiste em aprender ou a praticar uma nova atividade.  

SINAIS DE ALERTA EM BEBÊS

·         Evita contato visual (quando é amamentado, por exemplo)
·         Não demonstra expressão facial ao ser acariciado
·         Não sorri, quando você sorri para ele
·         Indiferente ao afeto
·         Pouco interessado na voz humana
·         Não acompanha os objetos, quando se movem
·         Não demonstra ansiedade, quando você se afasta dele
·         Não eleva os braços para ser elevado do berço
·         Não responde, quando chamado pelo nome 

AUTISMO NA ESCOLA

·         Não aponta para objetos
·         Não manda tchau
·         Não entende jogos sociais, como pega-pega ou esconde-esconde
·         Não utiliza gestos para se comunicar
·         Não imita seu comportamento ou expressões faciais
·         Não se interessa em brincar com outras crianças
·         Não há interesse por jogos e atividades de grupo
·         Não pede ajuda
·         Interesse peculiar por brinquedos ou por partes dele
·         Atos repetitivos e estereotipados
·         Ataques de raiva na presença de pequenas mudanças em sua rotina diária
·         Resiste em aprender ou a praticar uma nova atividade

 Dr. Gustavo Teixeira Médico psiquiatra da infância e adolescência Professor visitante do Depto. de Educação Especial – Bridgewater State University Mestre em Educação – Framingham State Universit

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A crueldade à espreita



É sedutor pensar que a maldade depende de um gene extraviado ou que a crueldade nasce de um desarranjo bioquímico em um grupo de células cerebrais.

É confortável nomear sob diagnósticos precisos a anorexia, a depressão e as obsessões. Além da ilusão de conhecimento e de domínio, a nomeação nos autoriza a prescrever drogas discutíveis e de valor efêmero que amortecem a busca pelas causas da melancolia, da tristeza e do mal-estar próprios da natureza
humana
.
(...) A crueldade, também própria do homem, nos espreita.


Quase sempre de longe, nas palavras e ilustrações dos livros de história, nas narrativas de tragédias em terras e tempos remotos. Dizemos, conformados, que as guerras sempre existiram, que a violência é parte da natureza humana. Algumas vezes, a crueldade emerge dos textos e das telas e aparece no presente, viva, próxima, palpável. Irrompe na vizinhança, trai ou atinge um conhecido, denuncia um parente distante, aproxima-se ameaçadora.

Pressentimos, embora de uma forma nebulosa, que a crueldade retratada nos livros de histórias nasce entre as paredes que delimitam a vida familiar.

Toda professora sabe que, para além da inocência, a intriga e a maldade permeiam as relações entre as crianças e desconfiam, acertadamente, que elas reproduzem situações domésticas. Toda babá sabe que a sexualidade nos marca desde os primeiros anos, a despeito do devaneio dos sonhadores que pretendem ver na infância um tempo apenas de alegrias e encantamentos.

Os conflitos retratados na paisagem que se mostra pela janela aberta para o mundo infelizmente demonstram que não existe nenhuma evidência de que os pais fazem, concretamente, o melhor pelos filhos. Apesar das recomendações religiosas, morais e pedagógicas, apesar do conhecimento hoje amplamente disponível, não há pai ou mãe que não tenha sido surpreendido um dia pelo pensamento fugaz, verdadeiro, que revela um momento de negligência ou de descuido. Temos, em um plano mais ou menos superficial, certa consciência das nossas faltas e transgressões. Não somos, talvez sem exceções, ilhas de santidade cercadas de maldade por todos os lados.

Por Paulo Schiller

Fonte: 
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_menina_que_sofria_do_-mal_de_mae-_imprimir.html