Por que é tão difícil sair do Facebook?
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Há menos de uma década atrás o Facebook nem
existia... As maiores preocupações de pais, pedagogos, psicólogos, enfim todos
que interagem com crianças e adolescentes giravam em torno da Internet e jogos
de computadores, pois esses sim representavam um “risco viciante” para essa
geração. Nesta recente época nem se cogitava compartilhar detalhes
íntimos de nossas vidas em frações de minutos.
Hoje
isso tudo mudou. São milhões de pessoas que possuem páginas no Facebook. São
pessoas dos mais diferentes perfis, idades, condições econômicas, grau de
escolaridade, sem enumerar as diversas profissões. E o interessante é que para
se utilizarem dos recursos disponíveis pelo Facebook, todos devem passar pelo
caminho da experimentação, observação e enfim aprendizagem ou seria processo de
“alfabetização facebookiana”?!
Aprender a curtir, compartilhar, enviar
mensagens, o que para alguns parece algo fácil e corriqueiro, para outros
requer certo tempo de aprendizagem. Mas, como tudo é alvo de pesquisas,
na Universidade de Chicago “Booth School of Business”, um recente estudo
concluiu que “twittar” ou verificar e-mails podem ser muito mais difícil de
resistir do que deixar o vício de cigarros ou álcool, e alguns dos
entrevistados revelaram que sente mais vontade de estar nas mídias sociais do
que dormir ou manter relações sexuais.
E o Facebook?
Bem, o Facebook apresenta um lado bom, positivo,
pois segundo Deborah Serini[1],
ele serve como um caminho para recuperar o atraso, marcos importantes de
amigos... familiares, verificar as fofocas ou experiências dos outros. É como
se fosse um jogo de controle social, ou seja, uma forma de nos ligar com os
outros.
Para Elika Kormeill[2], a razão pela qual o Facebook se mostra tão
viciante é devido à gratificação instantânea que ele oferece: existe um
sentimento de satisfação cada vez que alguém “curte” ou comenta sua atualização
de status, aumentando assim nossa autoestima e alimentando dessa forma o ciclo
do Facebook.
Para Kormeill, “as pessoas são criaturas sociais
que anseiam interação humana, e a mídia social nos permite encontrar
informações sobre os outros de uma maneira que é socialmente aceitável e, na
maior parte desconhecida para outros. Podemos nos conectar com nossos
amigos, familiares, encontrar pessoas com estilos de vida semelhantes aos
nossos, o que nos dá a noção de que o mundo não parece ser um lugar tão grande
e solitário.”
Enfim, você nunca sabe quando poderá ter uma
nova mensagem, solicitação de amizade ou ver uma atualização de status de
alguma outra página. Há sempre um convite para voltar, não se demonstrando
muito diferente de uma máquina caça-níquel: Você coloca o dinheiro e nunca sabe
quando poderá ganhar, pode ser agora ou quem sabe a partir de determinado
momento. O reforço ocasional ou a vitória é o que fornece a esperança para
manter você jogando...
As pessoas através do Facebook criam uma identidade
online selecionada, pois de certa forma estão sempre mostrando o que há de
melhor nelas. Escolhem suas melhores fotos, pensamentos com mensagens
positivas, criando nos outros uma “imagem” ou “memória” de alguém
completamente seletivo.
Alguns terapeutas comentam casos de pacientes que
passam horas e horas tentando criar frases para postar em seu status, como
forma de impressionar seus “amigos” do Facebook.
Mas qual a relação Cérebro X Facebook?
Logo que se faz o logon no Facebook, o sistema de
recompensa do cérebro é ativado, subindo os níveis de neurotransmissores
dopaminérgicos, os quais nos trazem sensação de bem estar. O problema é
que para alguns isso dura pouco tempo, então para ocorrer nova sensação de
prazer, eles necessitam de mais experiências sociais, verificando com
frequência, quantos curtiram, compartilharam ou comentaram suas postagens.
Um estudo recente por neurocientistas da Harvard
descobriu que falar de nós mesmos nos traz uma espécie de prazer semelhante ao
que sentimos ao comer, fazer sexo ou receber dinheiro. Quanto mais
envolvimento a pessoa tem no Facebook, mais feedback e atenção vai ter, o
que reforça a necessidade de continuamente gastar tempo em melhorar
a sua imagem no Facebook.
Em crianças, isso pode levar a resultados
problemáticos, pois o cérebro não está completamente desenvolvido, então
quando elas logon em uma rede social esperando elogios, comentários positivos,
pode mexer com suas mentes.
Nota: numa recente pesquisa, cerca de quatro em
cada cinco estudantes experimentaram sofrimento mental, pânico, confusão e
isolamento extremo quando forçados a desligar da tecnologia por um dia
inteiro.
Obs.: O texto acima encontra-se com boa parte
traduzida da postagem "Why is Facebook so hard to quit?" onde as
demais fontes me serviram de fundamentação para leitura e entendimento de
algumas das questões abordadas pelos pesquisadores acima. Na postagem
"Science Why We Brag So Much" existe a possibilidade de ver através
de gravura de neuroimagem as áreas ativadas quando as pessoas falam de si
mesmas, seja em uma conversa pessoal ou em sites de mídia social tais como o
Facebook e o Twitter. Para fazer um teste de quanto está seu comprometimento
com as redes sociais, baste acessar a postagem "Seu cérebro pode estar
viciado no Facebook" e a relação sexo X mídias sociais, pode ser lida com
maior fundamentação na postagem "Postar no Facebook, para o cérebro, é
igual fazer sexo".
Disponível em:
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/09/por-que-e-tao-dificil-sair-do-facebook.html?spref=fb
Fontes de pesquisa: