terça-feira, 27 de agosto de 2013

O papel da educação no desenvolvimento psíquico das crianças

De acordo com a literatura, de uma maneira bem simples, podemos dizer que o desenvolvimento cognitivo ou cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. Porém, a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial.
Assim como o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento psíquico das crianças tem lugar no processo de educação. Muito embora o que determine diretamente o desenvolvimento do psiquismo de uma criança seja a sua própria vida – ou seja, são suas condições reais de vida que fornecerão as oportunidades esperadas para um desenvolvimento saudável ou agirão como facilitador de risco para a saúde mental. Ou seja, as crianças que sobrevivem aos efeitos dos agentes internos (riscos biológicos) acabam passando por situações de estresse relativas às condições desfavoráveis em que vivem propiciadas, na sua maioria, pela violência, mudanças na estrutura familiar e, em algumas áreas específicas, pela diminuição do suprimento alimentar, ou seja, pela pobreza em si (agentes externos).

 Contudo, o desenvolvimento do psiquismo não reflete de maneira automática tudo o que atua sobre a criança. O efeito dos agentes externos, a influência da educação e do ensino, depende de como se realizam estas influências e do terreno já anteriormente formado sobre o qual recaem. Partindo desse pressuposto, arriscamos afirmar que o papel do ensino é organizar a vida da criança, criar condições para seu desenvolvimento. E é graças a esse ensino, organizado e dirigido pelo adulto, que a criança assimila um amplo círculo de conhecimentos e aprende as habilidades socialmente elaboradas e as formas de conduta criadas na sociedade.