quinta-feira, 21 de março de 2013

Recomendações para casa & sala de aula

Aprendeu como ocorre o aprendizado no cérebro? Então, pensando em cada ponto dessa trajetória cerebral que transforma a informação em aprendizado solidamente guardado na memória, algumas recomendações baseadas em evidências científicas e compatíveis com o cérebro que podem fazer a diferença dentro de casa ou da sala de aula.

Substância Reticular Ativadora

1. Trabalhe sempre com o novo/novidades. Isso não se refere à temática, mas sim a forma de apresentá-la, o material utilizado, os exercícios, etc. Inove com cartazes, pôsteres, fotos e outras ferramentas que possam ter significado de referência para os alunos. Provoque surpresas com o novo, mas sempre prazerosas ou que gerem curiosidade, nunca ameaça (por exemplo: prova surpresa!), é preciso prevenir o estresse em sala de aula.
2. Ameaça para uma criança ou adolescente pode ter várias formas de apresentação: um professor mal humorado, exposição e erro frente aos colegas (como fazer um disléxico ler em público!), ansiedade de
antecipação por achar que não conseguirá aprender ou fazer uma lição, etc.
3. Estimule a curiosidade, dessa forma você cria credenciais que fazem a informação passar facilmente pela portaria (SRA) e pela central de triagem (amígdala) chegando rapidamente à linha de produção (CPF). Se o aluno encontra-se autenticamente curioso em relação ao que o professor vai apresentar, a atenção e foco estão garantidos!
4. Provoque a predição, depois da curiosidade, o prazer de apostar é a mais potente credencial para chegar à linha de produção e conquistar a atenção do aluno. Você fazer uma introdução e em seguida reservar um tempo para “testar” a opinião dos alunos, o que pensam sobre o tema e sua relevância para a vida diária. Podem ser feitas votações, comentários e discussões. Essa técnica, utilizada por muitos de vocês, acaba por estimular no cérebro da criança/adolescente o exercício da predição.
5. Estratégias que promovem curiosidade e predição ancorando a atenção e mantendo o foco: a) música à entrada da sala de aula; b) trajes relacionados ao tema; c) modulação do volume, cadência e pausas da fala podem causar suspense e surpresa (gatilhos potentes para a atenção); d) movimento, tanto do professor quanto dos alunos, que promovem pausas e estimulação cinestésica (por exemplo, abordar fatos históricos ou números negativo através do andar para trás e para frente); e) cores, fontes, tamanho e espaços num texto.

Amígdala

1. Antecipe e trabalhe potenciais estressores inevitáveis que podem causar um impacto negativo no aprendizado e desempenho.
2. Identifique e previna os possíveis estressores evitáveis.
3. Proporcione uma relação bastante positiva, afetuosa, baseada na confiança e certeza de apoio recíproco.
4. Promova a expectativa de sucesso de todos os seus alunos.
5. Encoraje a participação e colaboração de todos.

Córtex Pré-Frontal

1. Ensine seus alunos a se ORGANIZAR, não apenas no espaço físico (carteira, mochila, sala de aula, etc.) mas também no tempo (saber priorizar tarefas, prever tempo necessário para executá-las, etc.).
2. Ensine seus alunos a PLANEJAR e DESENVOLVER ESTRATÉGIAS para a tomada de decisões e resolução de problemas.
3. Ensine-os a monitorar e controlar suas emoções, refletir antes de agir.
4. Ensine-os a relaxar (caso você não saiba, está na hora de aprender não é?!).
5. Oriente-os sobre procrastinação e suas consequências para os vários contextos da vida da criança/adolescente, ensine-os a “dar a partida”.
6. Oriente-os sobre a importância de sermos flexíveis, sabermos analisar os problemas sob várias óticas, isso é saber alternar, mais uma importante função executiva.

Na verdade, são todas funções executivas e ainda existem muitas outras a serem desenvolvidas. A literatura é unânime que a educação dirigida para o desenvolvimento de funções executivas turbina o aprendizado e desenvolve a maturidade comportamental. Questiona-se até se esse seria o principal motor para o sucesso acadêmico e social! 

Marco Antônio Arruda
©2012 - Instituto Glia

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