quarta-feira, 29 de maio de 2013

Perturbações somáticas em crianças

As perturbações somáticas são um grupo de alterações em que algum problema psicológico subjacente produz sintomas de pena e incapacidade física.


Uma criança com uma perturbação somática pode apresentar diversos sintomas sem que exista qualquer causa orgânica, como dor, dificuldade respiratória e fraqueza. Em geral, apresenta sintomas de doenças que observou em qualquer membro da família. Habitualmente, a criança não tem consciência de que existe uma conexão entre os sintomas e o problema psicológico subjacente.

Os principais tipos de perturbações somáticas são: a perturbação de conversão, a perturbação de somatização e a hipocondria. Na perturbação de conversão, a criança transforma um problema psicológico num sintoma físico. Por exemplo, aparenta ter um braço ou uma perna paralisada, torna-se surda ou cega ou pode sofrer de falsos ataques epilépticos. A perturbação de somatização é semelhante à de conversão, mas a criança desenvolve muitos sintomas que são mais vagos. Na hipocondria, a criança fica obcecada com funções corporais como o batimento do coração, a digestão e o suor e convence-se de sofrer de alguma doença grave, quando realmente se encontra sã. Estes três tipos de perturbações somáticas também se produzem nos adultos. (Ver secção 7, capítulo 82)

Diagnóstico

Antes de determinar que uma criança sofre de uma perturbação somática, o médico assegura-se de que não tem nenhuma doença orgânica que possa apresentar os mesmos sintomas. Contudo, habitualmente evitam-se as análises laboratoriais extensas porque podem convencer ainda mais a criança de que existe um problema orgânico. Se não for detectada nenhuma doença, o médico fala com a criança e com a família para tentar identificar problemas psicológicos subjacentes ou relações familiares anormais.

Tratamento

Uma criança pode rejeitar a ideia de visitar um psicoterapeuta porque o tratamento ameaça desvendar conflitos psicológicos ocultos. Contudo, as visitas relativamente curtas a um terapeuta, que lhe deem confiança e abranjam áreas não médicas, podem romper gradualmente o modelo de comportamento da criança. A confiança e o apoio dados pelos familiares contribuem para minimizar os sintomas físicos, pelos quais a criança recebe atenção médica e cuidados gerais de forma continuada. Se estas medidas falharem, o médico provavelmente terá de enviar a criança a um psiquiatra pediátrico.



Fonte: http://www.manualmerck.net/?id=299&cn=1580

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