quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Crianças precisam de limites que as protejam



Texto extraído livro Limites Sem Trauma
(Construindo Cidadãos), de Tânia Zagury.
Dar limites é...

·        Ensinar que os direitos são iguais para todos.

·        Ensinar que existem OUTRAS pessoas no mundo.

· Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros.

·        Dizer "sim" sempre que possível e "não" sempre que necessário.

·        Só dizer "não" aos filhos quando houver uma razão concreta.

·        Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não.

·        Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social (con-viver) e não apenas psicológica (o meu desejo e o meu prazer são as únicas coisas que contam).
·       
  Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade (a criança que hoje aprendeu a esperar sua vez de ser servida à mesa amanhã não considerará um insulto pessoal esperar a vez na fila do cinema ou aguardar três ou quatro dias até que o chefe dê um parecer sobre sua promoção).

·        Desenvolver a capacidade de adiar satisfação (se não conseguir emprego hoje, continuará a lutar sem desistir ou, caso não tenha desenvolvido esta habilidade, agirá de forma insensata ou desequilibrada, partindo, por exemplo, para a marginalidade, o alcoolismo ou a depressão).

·         Evitar que seu filho cresça achando que todos no mundo têm de satisfazer seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer (o que é mais provável), não conseguir lidar bem com a menor contrariedade, tornando-se, aí sim, frustrado, amargo ou, pior, desequilibrado emocionalmente.

·        Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo.

·  Compreender que direito à privacidade não significa falta de cuidado, descaso, falta de acompanhamento e supervisão às atividades e atitudes dos filhos, dentro e fora de casa.

·      Ensinar que a cada direito corresponde um dever e, principalmente: Dar exemplo! 

Quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem de viver seu dia-a-dia dentro desses mesmos princípios, ainda que a sociedade tenha poucos indivíduos que agem dessa forma.

Dar limites não é...

·        Bater nos filhos para que eles se comportem.
·        Quando se fala em limites, muitas pessoas pensam que significa aprovação para dar palmadinhas, bater ou até espancar.
·        Fazer só o que vocês, pai ou mãe, querem ou estão com vontade fazer.
·        Ser autoritário, dar ordens sem explicar o porquê, agir de acordo apenas com seu próprio interesse, da forma que lhe aprouver, mesmo que a cada dia sua vontade seja inteiramente oposta à do outro dia, por exemplo.
·        Deixar de explicar o porquê das coisas, apenas impondo a "lei do mais forte".
·        Gritar com as crianças para ser atendido.
·        Deixar de atender às necessidades reais (fome, sede, segurança, afeto, interesse) dos filhos, porque você hoje está cansado.
·        Invadir a privacidade a que todo ser humano tem direito.
·        Provocar traumas emocionais, humilhações e desrespeito à criança.
·        Toda criança tem capacidade de compreender um "não" sem ficar com problemas, desde que, evidentemente, este "não" tenha razão de ser e não seja acompanhado de agressões físicas ou morais. O que provoca traumas e problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguida de injustiça, violência física.
·        Bater nos filhos é uma forma comum de
·        violência física, que, em geral, começa com a palmadinha leve no bumbum.

Para orientar os filhos não é necessário nenhum diploma
É preciso saber respeitar e ao mesmo tempo reprimir os nossos filhos, às suas devidas medidas. Não é através de violência ou de autoritarismo que se educa. Estas atitudes somente fazem adormecer nas crianças um sentimento reprimido que, em sua primeira chance, despertará das formas mais variadas e perigosas possíveis.
Saber orientar não significa de maneira nenhuma mudar a personalidade do filho, mas ajudá-lo a crescer e, portanto, saber encaminhar os seus progressos e conquistas. Para fazê-lo, é preciso:
·        Ter um comportamento realista, com o fim de compreender as capacidades concretas do filho, sem pretender exagerá-las nem subestimá-las. No primeiro caso, seríamos levados a fixar objetivos excessivamente elevados para o filho; no segundo, não lhe daríamos oportunidade de desenvolver os seus talentos ao máximo;
·        Saber motivar, isto é, apoiar-se em tudo o que o filho tem de positivo ao propor-lhe objetivos concretos e adequados;
·        Saber superar a nossa própria emotividade e os aspectos negativos do nosso caráter. Se efetivamente estamos dispostos a superar a nossa emotividade, mesmo que isso nos custe um grande esforço, estaremos mais preparados para compreender os nossos filhos.
·        Para isso não se necessita de nenhum diploma específico; é preciso esforçar-se, isso sim, com sinceridade e constância, para manter uma boa dose de flexibilidade interior.
Extraído do livro "Conheça o seu filho", da Editora Quadrante. Autora, Anna Maria Costa, psicóloga italiana.


Adaptado por Francisca Maria Andrade

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