Texto extraído livro Limites Sem
Trauma
(Construindo Cidadãos), de Tânia
Zagury.
Dar limites é...
·
Ensinar
que os direitos são iguais para todos.
·
Ensinar
que existem OUTRAS pessoas no mundo.
· Fazer
a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros.
·
Dizer
"sim" sempre que possível e "não" sempre que necessário.
·
Só
dizer "não" aos filhos quando houver uma razão concreta.
·
Mostrar
que muitas coisas podem ser feitas e outras não.
·
Fazer
a criança ver o mundo com uma conotação social (con-viver) e não apenas
psicológica (o meu desejo e o meu prazer são as únicas coisas que contam).
·
Ensinar
a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da
vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade (a criança que hoje
aprendeu a esperar sua vez de ser servida à mesa amanhã não considerará um
insulto pessoal esperar a vez na fila do cinema ou aguardar três ou quatro dias
até que o chefe dê um parecer sobre sua promoção).
·
Desenvolver
a capacidade de adiar satisfação (se não conseguir emprego hoje, continuará a
lutar sem desistir ou, caso não tenha desenvolvido esta habilidade, agirá de
forma insensata ou desequilibrada, partindo, por exemplo, para a marginalidade,
o alcoolismo ou a depressão).
·
Evitar que seu filho cresça achando que todos
no mundo têm de satisfazer seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer (o que é
mais provável), não conseguir lidar bem com a menor contrariedade, tornando-se,
aí sim, frustrado, amargo ou, pior, desequilibrado emocionalmente.
·
Saber
discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo.
· Compreender
que direito à privacidade não significa falta de cuidado, descaso, falta de
acompanhamento e supervisão às atividades e atitudes dos filhos, dentro e fora
de casa.
· Ensinar
que a cada direito corresponde um dever e, principalmente: Dar exemplo!
Quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem de viver seu dia-a-dia dentro desses mesmos princípios, ainda que a sociedade tenha poucos indivíduos que agem dessa forma.
Dar limites não
é...
·
Bater
nos filhos para que eles se comportem.
·
Quando
se fala em limites, muitas pessoas pensam que significa aprovação para dar
palmadinhas, bater ou até espancar.
·
Fazer
só o que vocês, pai ou mãe, querem ou estão com vontade fazer.
·
Ser
autoritário, dar ordens sem explicar o porquê, agir de acordo apenas com seu
próprio interesse, da forma que lhe aprouver, mesmo que a cada dia sua vontade
seja inteiramente oposta à do outro dia, por exemplo.
·
Deixar
de explicar o porquê das coisas, apenas impondo a "lei do mais forte".
·
Gritar
com as crianças para ser atendido.
·
Deixar
de atender às necessidades reais (fome, sede, segurança, afeto, interesse) dos
filhos, porque você hoje está cansado.
·
Invadir
a privacidade a que todo ser humano tem direito.
·
Provocar
traumas emocionais, humilhações e desrespeito à criança.
·
Toda
criança tem capacidade de compreender um "não" sem ficar com
problemas, desde que, evidentemente, este "não" tenha razão de ser e
não seja acompanhado de agressões físicas ou morais. O que provoca traumas e
problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguida
de injustiça, violência física.
·
Bater
nos filhos é uma forma comum de
·
violência
física, que, em geral, começa com a palmadinha leve no bumbum.
Para orientar os
filhos não é necessário nenhum diploma
É preciso saber respeitar e ao mesmo tempo
reprimir os nossos filhos, às suas devidas medidas. Não é através de violência
ou de autoritarismo que se educa. Estas atitudes somente fazem adormecer nas
crianças um sentimento reprimido que, em sua primeira chance, despertará das
formas mais variadas e perigosas possíveis.
Saber orientar não significa de maneira nenhuma mudar a personalidade do filho, mas ajudá-lo a crescer e, portanto, saber encaminhar os seus progressos e conquistas. Para fazê-lo, é preciso:
Saber orientar não significa de maneira nenhuma mudar a personalidade do filho, mas ajudá-lo a crescer e, portanto, saber encaminhar os seus progressos e conquistas. Para fazê-lo, é preciso:
·
Ter
um comportamento realista,
com o fim de compreender as capacidades concretas do filho, sem
pretender exagerá-las nem subestimá-las. No primeiro caso, seríamos levados a
fixar objetivos excessivamente elevados para o filho; no segundo, não lhe
daríamos oportunidade de desenvolver os seus talentos ao máximo;
·
Saber
motivar, isto é, apoiar-se
em tudo o que o filho tem de positivo ao propor-lhe objetivos concretos e
adequados;
·
Saber
superar a nossa própria
emotividade e os aspectos negativos do nosso caráter. Se
efetivamente estamos dispostos a superar a nossa emotividade, mesmo que isso
nos custe um grande esforço, estaremos mais preparados para compreender os
nossos filhos.
·
Para
isso não se necessita de nenhum diploma específico; é preciso esforçar-se, isso
sim, com sinceridade e constância, para manter uma boa dose de flexibilidade
interior.
Extraído do livro "Conheça
o seu filho", da Editora Quadrante. Autora, Anna Maria
Costa, psicóloga italiana.
Adaptado por Francisca Maria Andrade
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